sábado, outubro 24, 2009

luzinhas

lá de longe, um ponto que treme, serve de orientação a quem está à deriva. mas em um assim estado de desespero, qualquer tora de madeira é alento. ai, que vontade de encostar! descansar o peso de um corpo, o próprio, que carrega mais do que sabe de si, que tem uma força desconhecida na hora do pecipício, mais do que no prosaico.

o pequeno gesto da mão na do outro, a atenção ao tropeço e, ao invés do escárnio, uma lanterna de aceno.
a gentileza, que a si mesma gera, reverbera, engendra.
oposta completa à grosseria: esta, suprema forma de desinteligência.

dEUS dos atoleimados, diria Hilda, minha mãe: livrai-me da grosseria. abraçai-me de paciência, que seja ela minha luzinha. amém.

3 comentários:

AMARela Cavalcanti disse...

certamente não há
enigma
na tua maneira,
talvez não sejas mistério...

...profundissimo gato!

beijos de gato e cheiros de gente!

AMARela Cavalcanti disse...

"Lagartas comem folhas de amoras", achei isso no teu primeiro post, aí me dei conta que te chamo de amora, o que faz de tu um ser (enquanto lagarta) quase antropofágico, né não?!

mais beijos de gato, amora linda!

lagarta disse...

pois é, desde a primeira vez que me chamaste assim, lembrei disso... mas sabia que um dia tu ias me "ler pra trás" e achar tu mesma essa percepção coincidente! ;-)
vidas muito antigas, de lá a gente se reconhece, né?
beijos de gato.