dia de aniversário, da avó. em 2009, ano corrente: ela acaba de fazer 95 anos.
sorri, muito, faz questão de estar muito perfumada, limpa, de roupa nova e combinando. olha muito pro sapato, e diz: bonito. parece até que fala de outra pessoa. passou muitos minutos abraçada comigo, enquanto eu a "arrumava". dizia: bonita. falava mesmo de mim, de outra pessoa que não dela mesma? creio que sim.
e queria falar uma frase inteira, mas só saía: ahhh, ahhh. traiçoeiro cérebro, na área da linguagem, resolveu despedir-se por primeiro.
minha madrinha liga, filha dela, da avó. ao telefone, a agonia parece maior. não flui mais uma conversa. como se ela desistisse.
cheirosa, plácida, sentada. o sorriso e os olhos são a fala. a que resta.
enfim.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
como disse no orkut, eles voltam no tempo e viram crianças novamente. e a gente fica só babando, cuidando e sem querer desgrudar, como gato que lambe a cria...
bju, linda!
É reconfortante ainda ter mesmo sabendo do já perdido: demasiadamente agarrados ao que restou, nos recusamos, somos criaturas que pajeiam antigas lembranças. Então que seja, como quem reverencia manancial.
Beijo.
exatamente assim, como a um baobá antigo de onde se sabe que se veio. amém. beijos, queridas. obrigada pela interlocução, sempre.
Postar um comentário