segunda-feira, setembro 14, 2009

sobre metáforas arbóreas e a invitável tarefa das escolhas

um galho pode parecer frondoso e confortável, pra nele se fazer morada, atar braço de rede, abrigar-se sob a sombra... outro mais mirrado, ao lado, menos tentador; talvez até denotando aparente insegurança, fascina pelo tênue que traduz, pelo desafio, pelo encanto, pelo sabor dos jovens frutos a se colher. da terra das árvores, é preciso saber a hora de ser baobá, a hora de ser ramagem ligeira de canto, galho espinhoso de pau brasil, pé de acerolinhas.
ah se as jacas tivessem a gentileza das melancias, de nascer ao rés do chão: fruto denso se colheria sem riscos.
melhor exercitar o inevitável. nos jardins do mundo mais prosaico é como já viu Borges: as veredas se bifurcam, e se multiplicam como as paralelas (ao infinito), mas sem garantias de encontro lá no dito fim que não termina... abstração matemática por excelência.

2 comentários:

Leco Silva disse...

Muito bom, muito, muito! Adoro esse tipo de jogo transdisciplinar, e poesia é isso, sem limite. Tem coisa que a gente lê e o próprio correr dos olhos dá prazer.

lagarta disse...

eu só quero trocar, brincar, nesse jogo interdisciplinar... contigo, com os interlocutores que são presente spoéticos nesta jornada. ai, Alex, um beijo bem grande!