adestrar lagartixas em coleira de cordão
ouvir dos outros que me desencaixava
tinha quatro olhos,
orelhas de abano
bronze de vela, macaxeira, fantasmagoria
e tamanho de levar safanão
ainda era pior
padecente de uma timidez desinibida
estranho jeito de proteção
falava, ria, contava causos
como se nada abalava a fundação
de mim
era agonia, mesmo assim.
alguém sempre apontava
rente
o rabo do gato por trás da cortina
brincadeira de esconde-esconde
comecei a constatar
que desencaixe era via-mestra
regra do jogo
pueril até
finquei estrela no esquisito
pago preço
compro risco
e de larva a borboleta
faço o caminho do riso
e chovo vez em quando
porque germino
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2 comentários:
como tu consegue fazer isso hein?sentar na frente do computador e redigir uma descriçao de si mesma de uma maneira tao poetica,tao particular,mas que ao mesmo tempo faz a gente-leitor- se identificar de alguma forma. roubei uma parte em que me encaixo: "de larva a borboleta
faço o caminho do riso
e chovo vez em quando
porque germino".
sabias e belas palavras.
um grande beijo flô.
que coisa boa te ter por aqui, Dani! e partilhar contigo, essa troca de aprendizados... volta sempre e fica à vontade.
beijos.
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