terça-feira, novembro 07, 2006

sobre estar assim apartado: a saudade

dentro do casulo, a saudade é úmida. como um vão escondido, de debaixo da escada onde a goteira mofa a madeira, deixando-a casa de fungos. o verde tão lindo, é deterioração. o casulo de dois, quando com um só, é estranheza. útero ao avesso, espinhoso, expulsando pelo desreconhecimento. o silêncio é diverso; os sons são diversos; os cheiros que faltam; os suores dos encontros e enlaces; o cotidiano estéril de esperar o par... dentro do casulo, a saudade é úmida como um choro que já nem grita, uiva plangente.

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