sexta-feira, novembro 10, 2006

a espera mais sentida

eu já achava (pra gente ver que num sabe medir bem, porque as medidas sempre acham modo de ultrapassar a capacidade dos instrumentos aferidores) que conhecera deveras os tantos e trâmites das esperas, de modo tal, que julgava-as todas apreendidas. seria fácil lidar com qualquer uma delas, tendo já vivido a espera de uma briga para reverter-se da imobilidade ao deslocamento. depois, vieram algumas outras, menores, que reforçavam minha certeza de especialista em esperas. depois, vieram os tais seis anos, que se constituíram uma espera, mas muito diversa: salpicada de certezas e prazeres, mesmo que com tropeços. e eu seguia, lagarta convicta de saber-se boa esperadora. mas agora uns "meros" quase cinco meses puxaram o tapete da lagarta (que tem muitas perninhas, como uma espécie de embuá, centopéia - todos rastejantes com multi-pés). descobri que a paciência é o segredo. ela ficou mais alimentada, sobretudo no casulo, dentro. e descobri que a paciência é um dos nutrientes do amor, como também o vice-versa: segredo de magia. é-se paciente, mesmo na urgência do desejo, do frio, da fome e da dor, quando se ama sem medida. quando se ama, deitado no oito, ele também deitadinho: conforto de saber intrínseco.
como eu a ti,
tua lagartinha.
espero pra trocar de muitos pés em duas asas. quantidade múltipla e vária, que ao chão prende e arrasta; por um par de céu...

2 comentários:

Anônimo disse...

isso foi primeiro um email ou um isso q eh agora? nao eh comentario, eh curiosidade, deixo pra comentar mais menos expostamente...

lagarta disse...

foi email primeiro, depois virou aqui. sim, menos expostamente é muito melhor... ;)