com a licença do senhor, vou desabafar umas saudades e umas estupefações, do que guardo no meu embornal de lembranças. muitos passeios aos teus pés, que se costumam chamar raízes, quando tão perto do cais de santa rita, onde viviam os avós paternos. aprender os itinerários dos ônibus, e o traçado das estreitas ruas, caminhar até os sebos ou ir à nezita (comprar roupas e apetrechos pra vida de bailarina). de melquizedec o presente maior: o grande sertão, em sua primeira edição. pulava as raízes, rodopiava pensando em quando estrearia a vida de artista no santa isabel (o que se cumpriu alguns anos depois). e os medos eram tão menores, e as janelas dos carros (em tão espantoso menor número, que não empacavam toda a cidade) viviam abertas ao vento. o temor era errar o ônibus e ter que andar beeeeemm mais, principalmente na minha tenra fase de míope que ainda não queria usar integralmente os óculos. quantos torre(s) tomados em lugar do(s) brejo(s), ambos de fachada laranja, logo ao pé do clube português. às vezes, preferia ir para av beberibe, havia menos chance de equívoco ao tomar a lotação...
lembro do grande trauma do quase assalto, quando um molecote tentou puxar-me os óculos de grau que eu admitira (pela mais absoluta e imperiosa necessidade) usar todo o tempo (até pra tomar banho!). e foi tão simples barganhar: menino, bota isso na tua cara, pra ver se tu enxerga alguma coisa! se tu me roubar os óculos, eu nem pra casa volto!
lúdica contenda de idos tempos, não tanto na cronologia aritmética simples, mas na verticalização assassina uma infinidade. eu quero mesmo é uma suposta (in)volução, que este caminho pra virar de urbe a pólis, ou pior, metrópole me deixa parva e cansada e tonta e cada vez mais amante de felinos e espécies mais evoluídas, do que dessa raça dita humana. eu quero mesmo, e por isso vivo numa casa, sem cerca elétrica e sem muros imensos, com cadeira na calçada, é que o recife aldeia de onde vim seja o lugar que habito.
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lembro do grande trauma do quase assalto, quando um molecote tentou puxar-me os óculos de grau que eu admitira (pela mais absoluta e imperiosa necessidade) usar todo o tempo (até pra tomar banho!). e foi tão simples barganhar: menino, bota isso na tua cara, pra ver se tu enxerga alguma coisa! se tu me roubar os óculos, eu nem pra casa volto!
lúdica contenda de idos tempos, não tanto na cronologia aritmética simples, mas na verticalização assassina uma infinidade. eu quero mesmo é uma suposta (in)volução, que este caminho pra virar de urbe a pólis, ou pior, metrópole me deixa parva e cansada e tonta e cada vez mais amante de felinos e espécies mais evoluídas, do que dessa raça dita humana. eu quero mesmo, e por isso vivo numa casa, sem cerca elétrica e sem muros imensos, com cadeira na calçada, é que o recife aldeia de onde vim seja o lugar que habito.
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