um dia se foi,
a mirar-se no espelho
narciso inverso
das águas saía-lhe
não um encanto,
mas um susto primeiro:
via-se sem máscaras,
com a face por inteiro.
os vincos, as rugas, as dores
os medos...
e lembrou de alice
a menina loura
que não queria ser louca
que buscava a razão
e perdeu-se nas terras
das maravilhas e
dos espelhos
com uma rainha de copas
um gato com sorriso e sem botas
uma lagarta fumante
um chapeleiro maluco
e uma lebre atrasada
no fim de tudo,
alice só encontrou a si mesma
ainda mais enraizada...
e ele voltou pra si mesmo
sua única casa.
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2 comentários:
Que lindo texto, Renata.
Sobre a disjunção final, eu diria que ela é aparente porque se faz apenas da perspectiva do narciso.
Beijo.
eita, adorei o comentário, eu que me sinto lisonjeada pela tão fina percepção. ah, leitores de bons olhos, que funambulam leve e habilidosamente pelas entrelinhas!
beijo.
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