segunda-feira, janeiro 18, 2010

loca


era a sensação orgânica chegando, no mais primário sinal, e a resposta se fazia. nem sei muito como ou de onde veio esse hábito, mas bastava sobrevir alguma menção de enfermidade, a menina se amuava por dentro, ia se aquietando e se aninhava no improvável sítio. ela e seu fiel companheiro, por batismo tinha um nome que anunciava o exato avesso de seu temperamento (chamava-se Arisco, quando era a mais doce das criaturas, de largo sorriso bonachão). a menina e o cachorro escondiam-se, lá mesmo, embaixo da mesa de jantar, no cantinho da parede, juntos e abraçados. o mundo todinho lá fora fazia uma parede de inimigos, imprudências, desconfortos e um exército de ameaças. acho que assim ela sentia, pelo que seu hábito pode dar a ler. a menina - tão breve era sua trajetória até ali no calendário - já carregava marcas tantas que sabia ser esconderijo, ao lado do fiel amigo, o melhor lugar para se convalescer.

Um comentário:

AMARela Cavalcanti disse...

e a gente, se vê essa semana, amora minha?
ôôôôô saudade danada de tu!

beijos felinos!!!