conversar de equilíbrio sempre devia ser sob a lona do circo. não aquele velho sentido metaforizante (façam-me o favor!) de pensar apenas no riso, no palhaço. a magia e a arquitetura, o equilibrismo em todos os sentidos, de viver na corda bamba, no incerto da estrada, no destino sempre por vir sem nenhuma grande pista: único inquestionável é o movimento. eu, pobre inseto feito de ciclos muito marcados e reiterantes (trocadilho infame, não retirantes), apavora-me uma tal rotina.
engraçado, tantas metamorfoses na vida de uma lagarta não fazem dela organismo afeito ao incerto. porque sempre há o casulo, sempre há a crisálida, sempre a borboleta: ciclo é tão diverso de incerto.
lagartas são espécie de árvore, cujas raízes se ramificam, se dispersam ou mesmo se extendem, mas sempre por percursos e vias fincados num chão: tanta terra.
eu quero ser árvore de sonhos, que vinga nas águas e no ar, se purifica em labaredas, aquecendo quem delas precise, inclusive do alimento. eu quero ser madeira, que da terra nasce, nela se finca, mas aprende a mutar de forma tão mais vária, que vinga no rio, que se faz canoa no mar aberto para dar abrigo a pastores de nuvens.
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