sexta-feira, dezembro 08, 2006

a engrenagem do ampulheto

arenosa, como tempestade sólida de deserto. cheia de camadas, porém. percebê-la como apenas um todo que desmorona sobre nós e nos condiciona é ingênuo, como uma ignorância pressentida. em seus anéis, encaixes, em suas molas e arestas o ampulheto circula em vagas ondas, sempre revisitantes de um mesmo semelhante ponto, o de mais pungência, sobretudo aliado à ansiedade, sua parceira. mas se faz sabedoria em ludibriá-lo, nos vãos dos pensamentos e das sensações, quando se é maior que ele, sabendo-se seu fiel depositário, mas nunca passivo. ahh, o ampulheto, dEUS mascarado.

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