sexta-feira, julho 10, 2009

circular

do ciclo, do que nem os oráculos nos precisam clarividenciar: a paixão é reincidente e renova-se, tão logo se abra o peito para ela respirar. sempre me encantou a ideia de permanecer renovadamente imantada a um veio, a um amor: planta, bicho, água, alguma gente. aprendi menina a ser a velhinha mais companheira de meu avô, e a paixão era todo dia, mesmo quando com cara de abuso.
hoje experimentei, como sorvete de novidade que arregala os olhos e paladar, língua gelada e cócegas felizes: Rafa e Lelo. Uma brincadeira boba de "bunda pra cima, titia morde"; de procurar camarões daquela cor que a gente não vê, "descoloridos, sabe, tia?"; de dar banho seco nas porquinhas-da-índia (e eles nem conhecem Bandeira ainda, vou levar pra eles um dia). Relógio novo, acertar a hora e o dia, rever a cumplicidade e as rememorações de um menino de oito anos; de outro de quatro, muito falante e muito sedutor. Laços que não se desfazem, à revelia de qualquer movimento do mundo que gire ao avesso.
sorriso largo e dia repleto. peito aberto ao que de melhor me vem do páthos.

2 comentários:

Renata do Amaral disse...

Ah, que gostoso! :)

lagarta disse...

que bom tu por aqui, sempre perto!
que bom o gostoso que é essa corrente das melhores coisas que se irmanam... Beijo!