domingo, maio 08, 2011

agonia

por tanta pretensão
miúda
atravessei com os olhos
o vitral em cores
e disse na face dele
o dEUS
que arrancaria as flores
e do meu dedo ferido
faria um novo sol

meu silêncio
é minha eloquente renúncia
a que me doas novamente
que da tua misericórdia eu veja
somente a enchente
que afoga a ti mesma

mulher no espelho
que não se mira
a imagem de si estilhaça

te jogo meu fígado, o baço
lassas entranhas
minha carcaça
te jogo minhas teias desfeitas
no mesmo leito em que juraste
o da vida sempre
outro laço
aquele com que me suicidarias
mais tarde

apenas um pouco
mais tarde
ao por-se do sol
pelo menos