quinta-feira, março 31, 2011

da urbe ao sapo


o sapo manoelino

se sabe do charco

como natura de origem

e senhorio despossuído do espaço


mas o sapo urbano


-

coitado

-


lhe sobra um charco imundo

de uma praça


-

sítio em extinção

-


no urbe asfalto...


se aventura além

das sujas águas

e da parca grama

ritma encadeados

neuróticos saltos

por entre automóveis

escapando ao acaso

de virar amorfa massa

esmagada no asfalto


única solidariedade

da urbe ao sapo

é que o humano interventor

também reside esmagado

na tumba de concreto


circo armado