o sapo manoelino
se sabe do charco
como natura de origem
e senhorio despossuído do espaço
mas o sapo urbano
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coitado
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lhe sobra um charco imundo
de uma praça
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sítio em extinção
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no urbe asfalto...
se aventura além
das sujas águas
e da parca grama
ritma encadeados
neuróticos saltos
por entre automóveis
escapando ao acaso
de virar amorfa massa
esmagada no asfalto
única solidariedade
da urbe ao sapo
é que o humano interventor
também reside esmagado
na tumba de concreto
circo armado