terça-feira, junho 22, 2010

joão






joão
xangô
ou conforme seja,
aquele que pela água faz vida
aquele que reina o fogo e o trovão
que raios nos protejam,
que nos opostos se tenha
congregação,
congraçamento
e devoção.

viva são joão!
viva xangô menino!

sexta-feira, junho 18, 2010

dia de viagem, triste e saudosa...


tão lindo na foto, descontraído. tinha uma cara que às vezes parecia sisuda, de tão comprometido que era com suas convicções. um humanista ferrenho, de uma consistência e lucidez particulares e raríssimas. vai, mas deixa uma herança inquestionável. vai, josé, vai espalhar tua semente saramaga por outros campos de energia!

terça-feira, junho 15, 2010

carnavais... e eu que sou "do contra"...

hoje já ouvi que "não sou brasileira", numa das concepções mais óbvias e tortas do que seja patriotismo. e tudo isso só porque não me interessa nem um pouco o jogo do brasil na copa do mundo. alías, tenho um pequeno lampejo de interesse, sim. bem gostaria que a seleção perdesse logo na primeira parte da copa, assim a anestesia carnavalizante geral se dissipava. sinceramente, quando haverá presente (e deixará de ser país do futuro) para um lugar que para por tudo? um feriado atrás do outro; um clima de histeria macunaímica por causa de um esporte com imensa parte dos envolvidos tão corrupta quanto também imensa parte das pessoas e instituições do país?
meu são bakhtin, padroeiro da carnavalização medieval rabelaisiana, valei-nos!

domingo, junho 13, 2010

a esperança: última que morre?


estava eu exercendo ofício, na lida do ensino, quando nos visitou pela janela uma espécie de gafanhoto verde, popularmente conhecido como esperança. e ecoa-nos a crença popular de que, quando uma esperança - inseto - entra numa casa ou pousa sobre alguém é um bom presságio. mas quando há ventiladores de teto em funcionamento, e a esperança acaba por chocar-se, em seu voo, com as pás de ferro de um deles em movimento e cai, ofegando, até fenecer?

quinta-feira, junho 10, 2010

história de Zé




rapaz, era uma noite fria dos diabos... chovia canivete, como se costuma dizer. e eu, nem sei dizer, fui parar ali, naquele canto que eu nem conhecia. me perdi da minha trupe, me desgarrei, e nem mesmo sou uma ovelha. olha, foram dias vagando perdido, minúsculo de caber num dedal, magro como um pobre diabo condenado a fenecer de inanição. pra dizer a verdade eu nem sabia mais se sentia fome, eu era um arrepio de medo e uma angústia vital me agarrando desesperadamente a seguir vivente. e meu único recurso: eu miava, com todas as quase mais nenhumas forças que restavam. e não é que deu resultado! apareceu uma moça, mas eu já tinha tanto medo, que chamava ajuda e a temi, quando ela chegou. tentei me esconder da gigante moça. ela insistiu, como convém aos espíritos solidários e me recolheu.
de tão desnutrido, eu parecia já aleijado. minhas patas traseiras não se sustentavam, eu me arrastava com as dianteiras, precariamente. fui recebido, acolhido, esquentado, acalmado. me levaram a uma doutora que me compreendeu a fraqueza e a desnutrição. ganhei vitaminas e alimentos, além do carinho. agora, vou vingar, feito planta viçosa que precisa apenas de água e terra: pasto.
ahh, me batizaram de Zé, belo nome do qual me orgulho, porque me irmana a uma multidão, bem severina, bem maria, bem zé.

domingo, junho 06, 2010

sobre algumas expressões


o gato escondido com o rabo de fora, literalmente. E essa criança felina da foto adora brincadeira de gente, comigo. a preferida é o "pega", em que grito que vou pegá-la e saio correndo atrás dela, pra levar mil "pitos" dela e ela se esconder, sempre assim, como se fosse uma criança de 3 anos de idade, que "põe as mãos nos olhos e, por não estar vendo, crê que não pode ser vista"! ou seja, esconde-se deixando o rabo de fora!