quarta-feira, dezembro 19, 2007

voltas

eu gosto de conhecer novos lugares: uma certa ansiedade do curioso paira, alfinetando a espera, dando soluços no ampulheto. um olhar de criança se faz toda cada vez que se chega por primeira vez em algum novo local. preparativos, algumas pesquisas, informações, escolhas. orientar-se, aprender caminho, ler mapas e traçar rotas. encontrar os escondidos: prêmio. escrever a rota pessoal em cada novo sítio que se agrega ao percurso, eis o brinquedo.
e quando se retorna a lugar já ido? dimensões renováveis, mutam o cenário, de fora e de dentro.
retomar fios, reatar linhas.
assim farei, após 2 anos, na mesma praia, na mesma pousada, com a mesma pessoa: a terceira mesma sendo ela a mais importante de todas. minha maior cobiça, minha maior espera, meu maior zelo. quero rever paisagens, quero relembrar ditos, vividos, sorridos, passos. quero redimensioná-los e fazer um ainda novo quadro, pela via da intimidade.
quero sempre poder voltar.

domingo, dezembro 02, 2007

a escolha da mão contrária

a escolha da contramão mais intrínseca é quando se fala de nem escolher, quando se vai na direção do que o supostamente autêntico diz: respeite a si mesmo. eu quero apenas o silêncio e a distância de uma hipocrisia que não se assume.
amor em tempos de cólera, não a doença que notabilizou gabriel garcia marques, mas a raiva que domina a contemporaneidade, quando isso virou rótulo de um tempo que nem mais se permite a possibilidade de um avenir, é um sentimento a que eu renuncio. não quero algo que antes me é ressalva, concessão, ou mesmo a força de uma convenção. que se foda a criança fruto desse enlace. que se fodam oa laços de consagüinidade. eu continuo cada mais vez confirmando o que me ensinou o amigo que melhor e mais originariamente se desencantou com os homens: essa espécie não presta. raduan, obrigada. quero e ambiciono um dia a coragem de plantar arrozes. já crio gatas, o que é um imenso avanço. um dia serei sábia ao ponto de ser muda.





um dia me mudo.